Assalto Aeromóvel
Enquanto
as operações pára-quedistas
são chamadas de operações
aeroterrestres, as operações com tropas
transportadas por helicópteros e aeronaves são
chamadas de operações aeromóveis ou
assalto aéreo. Assalto aéreo (ou
aeromóvel) é o movimento de forças por
helicóptero ou aeronave para engajar e destruir
forças inimigas ou tomar pontos chaves no terreno.
As operações aeromóveis usam o flanco
aéreo para inserir tropas no campo de batalha pelo ar com o
potencial de levar tropas a longa distância em um curto
período de tempo. Podem segurar pontos chaves para
forças convencionais passarem atuando como um viabilizador.
Também podem interditar áreas e realizar
incursões de longo alcance.
Geralmente
são lançadas de bases avançadas, com
um corredor que deve ser sanitizado. As forças
aeromóveis são usadas mais para
operações ofensiva para surpresa e choque e
não para defensiva. O assalto aéreo permite que a
área de assalto seja bastante variada podendo a
força de assalto explorar lacunas nas defesas, atacar os
flancos e retaguarda do inimigo. Assim como as tropas
pára-quedistas, as forças aeromóveis
forçam o inimigo a dispersar suas tropas para cobrir todo o
Teatro de Operações para evitar surpresa.
Na Segunda Guerra Mundial foram realizados muitos assaltos
aeromóveis com planadores que tinham a vantagem de permitir
que as tropas já iniciassem a luta armados e agrupados e sem
necessidade de procurar containers de armas ou suas unidades. Os
planadores foram escolhidos para o ataque contra o Forte de Eben Emmael
por serem capazes de pousar em um círculo de 40 metros. Os
planadores pousaram dentro do perímetro do Forte com as
defesas apontadas para o lado de fora. Apenas 61 tropas foram capazes
de vencer 650 tropas em um dos lugares mais bem protegidos da
época. Toda esta vantagem passou para os
helicópteros atualmente. Nos assaltos aéreos os
planadores eram lançados a cerca de 1500m a 20-25km do alvo.
Tinham a vantagem de só serem detectado ao pousar. Podiam
ser lançados a noite ou contra o sol. O pouso de assalto com
planadores foi usado até a década de 1950.
O assalto alemã contra a ponte de Roterdã na
Segunda Guerra Mundial foi feita com um pouso de assalto de 12
hidroaviões pois não dava para os
pára-quedistas descerem no local. O pouso no rio foi
reforçado depois com pára-quedistas. Atualmente
não existem muitas opções de
aviões anfíbios para este tipo de assalto.
Na assalto aeroterrestre existe a
desvantagem de não se ter a opção de
extrair as tropas pára-quedistas após
lançadas ao contrário do helicóptero.
Se a zona de pouso está comprometida e as tropas dispersas,
a aeronave não pode fazer nada. Com o helicóptero
existe a possibilidade de pode abortar a missão em uma zona
de pouso “quente”, resgatar as tropas se o contato
com o inimigo ocorrer pouco depois do desembarque ou se a
missão fracassa. As tropas nunca ficam dispersas
após o desembarque. Com as aeronaves apenas o TALO (Tactical
Air-Landing Operation) tem esta opção.
A desvantagem do helicóptero é ser detectado
relativamente fácil e alertar o alvo a não ser
quando o desembarque é longe do alvo com as tropas cobrindo
o resto da distância a pé. Também
é muito vulnerável até as armas leves.
Outra desvantagem é o grande custo de
aquisição e operação.
Uma frota de dez aeronaves C-130 Hercules da FAB recebendo
pára-quedistas para uma missão. Após
lançados, eles precisarão de reforços
e apoio de helicópteros para evacuação
médica (EVAM). Os helicópteros podem deslocar a
mesma força, que não precisaria ser
pára-quedista, não se preocupam com o vento,
podem dar apoio de fogo no local, realizar EVAM, transportar
ressuprimento e reforços e realizar
extração e redeslocamento. Os C-130 Hercules
precisam operar de pistas mais resistentes enquanto os
helicópteros operam de locais improvisados no campo de
batalha. Os Hercules só fazem EVAM e
extração com pista de pouso no local de
operação. Os pára-quedistas
só são lançados em terreno apropriado
e sofrem até 10% de baixas por ferimento durante o
lançamento enquanto os helicópteros tem pouca
restrição para pouso vertical ou uso de rappel.
Os helicópteros aumentaram a flexibilidade das
operações aeromóveis e
substituíram a maioria das grandes
operações com pára-quedistas. Mas o
alcance do helicóptero é limitado e transporta
poucas tropas, com os pára-quedistas ainda sendo mantidos
para operações de longo alcance. A 82a
Divisão Pára-quedista e a 101a Divisão
Aeromóvel do US Army fazem a mesma coisa, mas a 101a em
escala menor com uma Brigada no máximo e em uma
distância de até 200km. As cargas pesadas
são levadas com o CH-47 Chinook. Nas
operações aeromóveis a 101a cria uma
base avançada e depois vai para outra
posição após completar a
missão.
As tropas de assalto
aeromóvel são tropas de infantaria leve com
treino adicional de rappel e transporte por aeronave, em
inserção aérea chamada de envolvimento
vertical. O equipamento é modificado para facilitar o
transporte pois os helicópteros têm muita
restrição de carga bem maior que os
pára-quedistas e aeronaves. Enquanto os
pára-quedistas são preparados para sustentar uma
ação por 72 horas, as tropas
aeromóveis sustentam combate por apenas 48 horas. O apoio de
helicóptero pode ser intenso e inclui apoio aéreo
aproximado, reconhecimento, evacuação
médica e ressuprimento, além do transporte. As
tropas da 101 Divisão Aeromóvel é
treinada em rappel e fast-rope. Já o USMC só
desembarcam do helicóptero.
As unidades de artilharia aeromóvel também
são transportadas por helicópteros. A Primeira
Divisão de Cavalaria Aérea no Vietnã
podia levar três bateias de canhões de 105mm pelo
ar de uma vez só com seus helicópteros CH-47
Chinook. A foto acima é de um Chinook da Força
Aérea Holandesa levando dois veículos leves e os
Cougar mais no fundo levando morteiros de 120mm.
As
técnicas de inserção por
helicóptero são o pouso de assalto (foto), o LANO
(Low Altitude No Open), o fast rope e o rappel.
Em 1946, o USMC percebeu que as
bombas atômicas tornariam o assalto anfíbio
dificil devido a concentração de tropas, navios e
materiais na cabeça de ponte. Assim foram iniciados estudos
sobre o uso de helicópteros para atacar em uma frente mais
difusa. O primeiro exercício de assalto aeromóvel
foi em 1949. Na Guerra da Coréia o USMC usou pequenos
helicópteros para ligação,
observação, EVAM e ressuprimento. Na
operação Summit foi realizado o primeiro assalto
aeromóvel com o 12 helicópteros Sikorsky HRS-1 do Esquadrão HMR-161
levando 224 fuzileiros e 8 toneladas de carga em um assalto
até a colina 884 em 65 vôos. A
operação durou quatro horas. O primeiro assalto
aeromóvel do tamanho de um batalhão foi na
operação Bumblebee em 1954.
A primeira tentativa de aplicar a mobilidade aérea na guerra
foi na batalha de Dien Bien Phu em 1954 onde os franceses acreditavam
que o ressuprimento aéreo podia manter uma
guarnição indefinidamente. O terreno e a
geografia levaram a falha. Os franceses ganharam experiência
com o assalto aeromóvel na Argélia entre 1954 e
1962 com helicópteros americanos. Os primeiros assaltos
aeromóveis eram pequenos, mas foram crescendo até
o tamanho de um batalhão. Os
helicópteros também foram usados para
resuprimento e EVAM.
O assalto aeromóvel no Vietnã começou
logo que os helicópteros chegaram em 1961 usando tropas do
Vietnã do Sul. Na primeira operação,
14 dos 15 helicópteros foram atingidos e quatro
caíram. Os UH-1 armados de escolta logo foram usados para
diminuir perdas. O terreno do Vietnã era difícil
para operações convencionais devido aos rios,
montanhas e selva.
Foi do estudo Howze Board para conceitos de mobilidade com
helicópteros no campo de batalha que surgiu o conceito de
cavalaria aérea em 1962. A visão do General
Hamilton Howze, de uma divisão aeromóvel, teve
base no planejamento de guerras convencionais em grande escala e
não na atividade de contra-insurgência encontrada
no Vietnã. Howze percebeu as principais vantagens das
forças aeromóveis, como a mobilidade, a utilidade
em operações de retardamento, a capacidade de
emboscar forças convencionais e a capacidade de prover apoio
de fogo direto.
O estudo Howze levou a criação da 11a
Divisão de Cavalaria em 1963 para testar o conceito,
técnicas operacionais, aeronaves e equipamentos. Os testes
tiveram muito sucesso e foi completada a dotação
da Divisão com 3 Brigadas. Logo foi pensado em usa-la no
Vietnã onde as condições
são ideais. A 11a Divisão de Cavalaria passou a
se chamar 1a Divisão de Cavalaria, ou "First Team". A 1a
Divisão recebeu 438 aeronaves e helicópteros,
incluindo helicópteros armados, com 1/3 das tropas podendo
ser movida por helicóptero de uma vez só
(três batalhões ou 2.000homens). Três
dos oito batalhões seriam pára-quedistas. A
tática era usar os helicópteros para
reconhecimento, artilharia e helicópteros armados para
atacar e dar apoio aéreo, e transportar companhias de
infantaria para cercar as tropas em terra. A capacidade
pára-quedista foi perdida com o tempo por falta de recrutas
e o uso de helicópteros.
No inicio do conflito do Vietnã, os helicópteros
eram escoltados por T-28 Trojan e B-26 Invaders que não
podiam atacar alvos muito próximos as tropas como os
helicópteros. Os foguetes e metralhadoras disparados pelo
piloto foram completadas por metralhadoras laterais. O resultado foi o
aumento do peso junto com a blindagem adicional. Resultou no aumento da
potência com a introdução do UH-1C. A
US Navy e a USAF passaram a armar seus helicópteros para
ataque ou auto-defesa. Os estudos das experiências no
Vietnã mostrou que UH-1 era lento (120km/h em cruzeiro),
pouco potente, de curto alcance e leve para ser um bom
helicóptero artilhado. Não tinha velocidade para
escoltar os CH-47 bem mais rápidos e não pode
servir como helicóptero artilhado e transporte ao mesmo
tempo.
Em 1964 foi iniciado as operações com os "Eagle
Flights" com cinco UH-1C armados (um levando o comandante) e 7 UH-1D
levando tropas como força de reação e
ataque, com mínimo de planejamento. O resultado foram as
táticas com equipes "pink" de helicópteros de
reconhecimentos OH-6 usados para reconhecimento. Ao identificar as
tropas inimigas eles marcavam a posição e
chamavam a equipe "blue" para atacar as tropas em terra. A equipe
"azul" consistia de oito helicópteros UH-1D com um
pelotão de fuzileiro.
Em 1964 havia 200 UH-1 no Vietnã. Nos últimos
anos eram 2.500. Ao invés de ir a pé a infantaria
voava pelo país. Tomavam o terreno em busca de guerrilheiros
e voltavam para a base. Logo os Vietcongs tomavam novamente o terreno.
As perdas mostraram ser menores que o esperado. Na Segunda Guerra
Mundial um soldado lutava cerca de 40 dias em um ano. Os
helicópteros fizeram os soldado lutar 240 dias por ano no
Vietnã.
O Vietnã mostrou a grande vantagem da mobilidade e tempo de
resposta do assalto de helicóptero com as principais
batalhas vencidas devido aos helicópteros. Antes o poder de
fogo tinha que ser perdido para ter mobilidade e vice-versa e a
Cavalaria Aérea fez os dois andarem juntos.
As defesas antiaéreas eram a fraqueza da tecnologia da
época. As escoltas de helicóptero mostraram que
podiam diminuir as baixas nos helicópteros de transporte
durante o conflito do Vietnã, mas não funcionava
contra defesas pesadas. Neste conflito, 5-7 helicópteros
armados (gunships) podiam escoltar 20-25 UH-1 slick. A fase de ingresso
era voada bem alto e desciam antes do pouso. As aeronaves tinham que
descarregar as tropas rápido para se expor por pouco tempo.
No
Vietnã um helicóptero podia ser usado para criar
uma cortina de fumaça entre a ameaça e a zona de
pouso.
Os UH-1 são sempre lembrados como um símbolo da
Guerra do Vietnã e realmente participaram das principais
batalhas durante o conflito.
Na
Guerra do Yom Kippur foram realizados vários assaltos de
helicópteros, incluindo uma emboscada audaciosa contra um
comboio bem dentro Egito feita pelos Israelenses.
Na guerra do Yom Kippur em 1973, comandos egípcios Al Saaqa
foram transportados por helicópteros Mi-8 atrás
das linhas inimigas no Sinai para atacar reforços, durante o
ataque inicial, e para tomar pontos estratégicos como o
Passo de Mitla e Gidi. Nesta operação 14
helicópteros foram derrubados pela Força
Aérea Israelense e os outros comandos foram cercados antes
de atingir o objetivo ou chegar reforços. Esta
operação mostrou a
limitação dos helicópteros em um
conflito de alta intensidade onde não há
superioridade aérea. Os primeiros comandos
egípcios foram treinados por assessores alemães.
Faziam raids contra as defesas israelenses no Sinais. Em 1969 estes
raids ocorriam todas as noites. Eram muito temidos por Israel e foram
responsáveis pelo deslocamento de tropas adicionais para
defender o local. Eram 26 batalhões em 1973. A maioria dos
Comandos egípcios que invadiram a península do
Sinai em 1973 estavam preparados para caçar blindados e
não para tomar a linha Bar-Lev. Avançaram 10km
adentro e estavam equipados com mísseis Sagger e
lança-rojões RPG-7. Tinham tantas armas
anti-carro que a quantidade compensou a péssima pontaria.
Cavaram trincheiras e tinham mísseis SA-7 para se defender.
Deveriam durar 24h até chegar reforços.
Já os comandos navais egípcios conseguiram
afundar um navio israelense no porto em 1970. A Força
Aérea Israelense também usou
helicópteros para infiltrar comandos atrás das
linhas para dar a localização de
mísseis SAM e alerta de lançamento de
mísseis para os pilotos de caça. Pelo menos dois
helicópteros foram derrubados nestas missões.
Pára-quedistas sírios usaram
helicópteros para capturar o monte Hermon e comandos foram
usados para atacar blindados com mísseis Sagger por
trás.
Em 25 de Abril de 1982, os britânicos recuperaram as
Geórgia do Sul dos argentinos. Precedido de um consistente
fogo naval, realizaram um assalto aeromóvel com 120
fuzileiros navais, que rapidamente dominaram a
guarnição Argentina de poucas dezenas de homens.
Os russos iniciaram
operações com forças
aeromóveis na década de 1970 com os DShB
(Day-Shah-Bey) ou Forças de Assalto Aéreo.
São unidades do tamanho de Brigada e com
seleção e treinamento igual aos VDV. Os russos usaram as tropas de
assalto aéreo no Afeganistão para realizar
ataques de surpresa de forma independente em locais remotos ou de
difícil acesso ou apoiando outras forças. Eram
usados para controle de terreno dominante ou
junções de estrada. A vantagem russa no ar se
manteve até aparecer o míssil Stinger e podiam
atacar a retaguarda inimiga facilmente.
Os russos desenvolveram várias táticas. Na
preparação do assalto as armas leves entram por
ultimo para sair primeiro. Os helicópteros de assalto pousam
e decolam juntos para não dar alerta e usam a rota mais
segura. Zonas de pouso de reserva são sempre consideradas.
Os helicópteros devem ficar o mínimo no solo ou
pouco mais de um minuto. Os helicópteros de ataque cobrem a
subida e o cominho de volta. O helicóptero permitia pousar
direto ou próximo do alvo, geralmente com
supressão anterior de artilharia ou ataque aéreo
antes do desembarque. Os helicópteros de ataque continuavam
a circular a zona de pouso depois do ataque.
As tropas aerotransportadas russas no Afeganistão eram
equipadas para atuar por 3-4 dias. Levavam cada um 2-3 recargas para a
arma individual, 4 granadas, 1 RPG-18 para cada duas tropas, 5 granadas
de fumaça, 5 flares, 200g de blocos de TNT, 4 projeteis de
morteiro de 82mm ou uma caixa de munição de
lança-granadas automático AGS-17,
ração e 2-3 cantis com um peso total de 35-40kg.
Este peso podia diminuir se fosse garantido o ressuprimento.
Os russos sofriam com as grandes altitudse no Afeganistão.
Os Mi-8MT podem levar mais de 25 tropas, mas operando em uma altitude
de 2 mil metros só podiam levar seis tropas carregadas e
apenas quatro-cinco operando entre 3 mil a 4 mil metros.
Depois do Vietnã o assalto aéreo foi realizado
com mais freqüência para
infiltração e exfiltração
de forças especiais e CSAR, com os grandes assaltos
aeromóveis sendo raros. No Iraque, depois de três
anos de operações foram 40
helicópteros perdidos sendo metade para fogo inimigo. Uma
aeronave derrubada significa CSAR a caminho. Os inimigos costumam fazer
emboscada para os helicópteros e não se
interessam apenas no piloto derrubado. Está
tática era muito usada no Vietnã quando os
vietnamitas percebiam que havia baixas em terra.
Operar helicópteros na linha de frente tem seu
preço. De 167 helicópteros usados na
invasão do Panamá em 1989, 45 foram atingidos com
quatro derrubados. Todos eram helicópteros leves AH-6 ou
OH-58 sendo que um bateu em fios de alta tensão. Um UH-60
não teve condições de ser reparado. No
Vietnã o número total de perdas foi alto, 2.281
helicópteros perdidos sendo cerca da metade em acidentes,
mas em número de horas de vôo foi um para 6.629
horas sendo considerado bem menor que o esperado.
O USMC investe muito em assalto aeromóvel por diversas
razões. Entre as vantagens do assalto aéreo em
operações anfíbias temo:
- Velocidade, mobilidade e
manobrabilidade superior;
-
Flexibilidade - pode ser usado após o desembarque e
não apenas durante ele;
-
Surpresa e despistamento - as aeronaves decolam além do
horizonte, podem usar o terreno e ficam pouco tempo expostas sobre a
área de transito;
-
Tem capacidade orgânica de evacuação
aeromédica (EVAM), SAR e resgate. Leva os feridos
após desembarcar tropas ou cargas quando próximo
as tropas e além das praias;
-
Tem poder de fogo orgânico, seja da própria
aeronave ou de helicópteros de escolta;
-
Opções de zonas de pouso expandido.
Não se limita as praias e pode desembarcar sem tocar o solo
(rappel);
-
Complica o problema de defesa do inimigo. A área a ser
defendida é imensamente maior pois inclui a
região interior a praia. Nas
embarcações convencionais, as praias apropriadas
para o desembarque seriam as mais bem defendidas pelo inimigo. No
assalto aéreo é bem provável de se
encontrar as defesas dispersas e menos densas e o inimigo
precisará de sistemas avançados para agir com
eficiência.
-
O desembarque pode começar um dia antes do no dia D+24 com a
inserção de precursores e com desembarques
"secos" onde a aeronave toca o solo e não desembarca tropas.
O objetivo é dispersar as tropas inimigas na procura de
tropas que não existem.
Entre as desvantagens temos:
-
Limitação de carga (peso e volume). As
embarcações de desembarque podem carregar um
volume e peso muito superior aos helicópteros incluindo
tanques pesados. São mais eficientes a longo prazo
após o desembarque inicial e por isso não
são descartados;
- Dependente das condições ambientais. Os
helicópteros tem problemas para voar com mal tempo e a noite
sendo necessário equipamentos especiais para isso;
- Vulnerabilidade. Os helicópteros são
extremamente frágeis a danos de combate se comparados com as
embarcações que possuem blindagem;
- Ingresso/egresso/convôo. Os helicópteros
precisam se reabastecer com frequência muito maior e em
locais próprios. Um ponto de reabastecimento na praia
é um modo de diminuir esta necessidade de viagens
até o navio mão;
- Necessidade de supressão de defesas aéreas
(artilharia antiaérea, mísseis
superfície-ar e armas leves). Por ser vulnerável
os helicópteros precisam de um preparo da região
a ser sobrevoada para eliminar as defesas especializadas e os
armamentos normais encontrados no campo de batalha;
- Disponibilidade. Devido a complexidade mecânica dos
helicópteros, sua disponibilidade é menor que as
embarcações. As embarcações
têm condições de operarem normalmente
com equipamentos danificados;
- Navegação. Devido a alta velocidade de
trânsito, os helicópteros têm o problema
de navegação mais complexo e intenso sendo
necessário maior treinamento e equipamentos especializados
- O consumo de combustível dos helicópteros
é muito maior do que as embarcações e
aumenta os problemas logísticos.
Entre as missões dos
helicópteros durante o assalto anfíbio temos:
- Assalto - transporta tropas e
equipamentos até a cabeça de praia;
- Logística de combate - transporte de
munição, combustível,
víveres e outras cargas;
- Mobilidade das tropas na praia. Permite que as tropas se desloquem
mais rápido no interior a partir da cabeça de
praia;
- Escolta - É feito por helicópteros armados ou
especializados ou por aeronaves de asa fixa. Devem defender inimigos
tanto no solo quanto no ar;
- Apoio aéreo aproximado. É feito por
helicópteros armados ou por aeronaves de asa fixa;
-
Evacuação médica - EVAM;
-
Busca e salvamento - SAR;
-
Reconhecimento visual e armado;
-
Controle aéreo para operações de
assalto aéreo de longo alcance;
-
C3 para operações de assalto OTH de LCACs e
outras embarcações anfíbias.
Na
Doutrina do Exército Brasileiro, um assalto
aeromóvel é uma operação de
grande porte, realizada por uma força-tarefa
aeromóvel (força de superfície e
força de helicópteros). Ela não
envolve o transporte apenas das companhias de fuzileiros mas
também todo o aparato para que a
operação possa se estender por até 48
horas. Isso inclui artilharia, meios de engenharia, cavalaria (para
reconhecimento), etc.
Uma missão menor não é um assalto e
sim uma incursão aeromóvel. O que difere o
assalto da incursão é que esta tem o efetivo
máximo de uma companhia e envolve necessariamente um plano
de exfiltração (não necessariamente
aeromóvel). O assalto não tem
exfiltração e a tropa permanece no terreno
até a junção ou ultrapassagem por
outra tropa.
Na concepção atual, um BAvEx (Batalhão
de Aviação do Exército) tem que
transportar o escalão de assalto de um BIL
(Batalhão de Infantaria Leve), ou seja, duas companhias de
fuzileiros. Cada esquadrilha de helicópteros tem que
transportar uma companhia. Assim, o número de
helicópteros vai depender do modelo da aeronave.
O Exército usa a 12a Brigada de Infantaria Leve (AMV) com
três BIL (Batalhão de Infantaria Leve), um Grupo
de Artilharia e um Batalhão Logístico com um
total de 3.200 homens. As unidades Aeromóveis são
capazes de tomar e manter, por tempo limitado, pontos capitais em
profundidade como vias de acesso, entroncamentos; atacar centros de
comando & controle, apoio logístico e apoio de fogo;
tomar pistas de pouso; realizar incursões; além
de serem capazes de realizar operações
aeromóveis tipo assalto, reconhecimento,
segurança, infiltração,
incursão e exfiltração.
G-LOC